O PIB da Bahia cresceu 4,8% no segundo trimestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior, percentual superior ao crescimento nacional de 3,2%. A Bahia repete o bom momento da economia brasileira, mas com suas especificidades.
Todos os setores cresceram, com destaque para o setor industrial com incremento de 13% e para a agropecuária, que cresceu 4,2%. O setor de serviços, que representa 70% do PIB, foi o único que cresceu abaixo da média nacional, com um incremento de 1,6%. O setor agropecuário baiano terá uma safra recorde este ano o que explica o crescimento de acima de 4% no segundo trimestre, quando em nível nacional, o setor registrou queda de 2,5 %.
Já o setor industrial, que passou os últimos anos com produção em queda, vem se recuperando de forma acelerada e cresceu 13% na Bahia no 2º trimestre do ano, quase sete vezes mais que a média nacional. Isso vem acontecendo porque a indústria de transformação local se expandiu em quase 20%, crescimento fortemente influenciado pelo aumento da produção de derivados de petróleo, já que a Refinaria de Mataripe, agora privatizada, passou a produzir a plena carga, diferente de quando era gerida pela Petrobras que, por conta de sua politica de preços, trabalhava com capacidade ociosa. Só para se ter uma ideia, a produção de derivados de petróleo cresceu quase 60% no 1º semestre. No entanto, setores como alimentação e petroquímicos recuaram no segundo semestre. Vale lembrar que a expansão da indústria deve-se também ao setor da construção civil, que cresceu 7,6%, e ao segmento de eletricidade e água com expansão de 7,8%.
A recuperação do setor serviços, que representa 70% do PIB baiano, foi menos expressiva e inferior ao crescimento nacional. Mas registrou desempenho positivo e isso deve-se a retomada plena das atividades no pós pandemia e la liberação parcial do FGTS, bem como a antecipação de pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas. Mas chama atenção que esse estímulo ao consumo não tenha aumentado as vendas no comércio, segunda atividade mais importante dentro da economia baiana.
O setor comercial registra o pior desempenho na economia e caiu 6,5 % no segundo semestre. Com esse resultado, a economia baiana registra no 1º semestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, uma expansão de
3,9% , superior ao incremento verificado na economia nacional de 2,5%. O expressivo crescimento do PIB baiano tem os mesmo condicionantes do crescimento do PIB brasileiro e mostra a resiliência da economia do país e do Estado, mas no que se refere ao setor serviços isso se deu por forte influência dos recursos do governo federal injetados na economia e pela redução de impostos, o que não se sabe se será sustentável.
Os resultados do PIB realçam também o dinamismo do agronegócio baiano, a retomada do crescimento industrial e demonstra que a economia baiana adquire dinamismo quando o ambiente econômico é bom. No 1º semestre apenas o setor comercial segue comprometido não só pelo alto nível de endividamento da população, mas também pela inflação alta e pelos juros estratosféricos. As informações são da superintendência de Estudos Econômicos e Sociais.
A SUPER SAFRA DA BAHIA
O PIB do setor agropecuário cresceu 4,0% no 1º semestre de 2022 e esse resultado reflete o crescimento de 8,2% da safra de grãos. A safra será de 11,4 milhões de toneladas, um recorde histórico. A produção da soja cresceu 6% em relação ao ano anterior e será de 7,2 milhões de toneladas. Mas o crescimento da produção de café, algodão, milho e feijão são mais expressivos. Não está sendo um ano fácil, houve aumento nos custos de produção, problemas com o fornecimento de fertilizantes, crédito caro por causa dos juros altos e os eternos problemas de infraestrutura, mas, apesar disso, o agronegócio na Bahia supera todas as dificuldades e só faz crescer.