Somente neste ano, até a semana passada, já foram notificados 111 óbitos causados pela doença.

Um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) revelou que mais de 425 mil brasileiros já foram internados para tratar tromboses venosas entre janeiro de 2012 e maio de 2022. Atualmente, a doença provoca uma média de 113 internações diárias na rede pública de saúde no país. Na Bahia, os números também assustam, de janeiro até maio deste ano já foram registradas 1076 internações através do Sistema Único de Saúde (SUS).

A trombose venosa acontece quando o sangue coagula dentro das veias, principalmente nos membros inferiores, impedindo o fluxo natural do sistema cardiovascular, causando, na maioria das vezes, manchas roxas ou avermelhadas nos locais afetados, acompanhadas de desconforto, dor e inchaço.

Ainda de acordo com a lista da SBACV, feita entre janeiro de 2012 até maio de 2022, a Bahia realizou o internamento de 21.919 pessoas. Somente neste ano, de acordo com dados disponibilizados pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), até a semana passada, já foram notificados 111 óbitos causados pela doença.

Um dos maiores riscos do diagnóstico tardio é o surgimento da embolia pulmonar, que ocorre quando os coágulos de sangue se desprendem das paredes internas das veias e seguem na corrente sanguínea, passando a ser chamados de êmbolos. Com fluxo natural do sangue, esses êmbolos podem chegar ao pulmão, provocando a embolia pulmonar, que se caracteriza pela obstrução de canais sanguíneos no pulmão. No Estado, 273 pacientes foram internados na rede pública por conta desta condição.

As principais causas do problema são alterações na coagulação, imobilidade prolongada ou lesão nos vasos sanguíneos. Entre os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver trombose está o uso de anticoncepcionais, cigarro e histórico familiar.

Sérgio Belczak, vice-diretor de Publicações da SBACV destaca as principais formas de se evitar a doença: “Se há histórico de trombose pessoal ou na família, é preciso evitar o uso de produtos com grau excessivo de hormônios, como os anticoncepcionais. Nos casos de profissionais que precisam ficar imóveis em viagens muito longas, como os caminhoneiros, é preciso consultar um angiologista ou cirurgião vascular de forma periódica. Outro cenário que exige atenção redobrada é o do paciente que vai passar por uma cirurgia de maior porte. Nesse caso, é preciso buscar, junto ao cirurgião vascular, orientações pré-operatórias preventivas, especialmente em casos de cirurgias ortopédicas e cirurgias plásticas”, alerta o especialista.

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