De janeiro a maio, o Brasil criou mais de 865 mil empregos, destes, quase 600 mil foram através das MPEs

As micro e pequenas empresas (MPEs) têm crescido cada vez mais no Brasil, e também na Bahia, e se mostrado um potente vetor de geração de empregos, principalmente num cenário de retomada da economia brasileira após a chegada do novo governo federal e de medidas que tentam movimentar a moeda brasileira, a exemplo da reforma tributária, da redução de juros pelo Banco Central, incentivos fiscais e o Desenrola Brasil, que visa ajudar a renegociação de dívidas da população.

Um estudo feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) revela que, este ano, de janeiro a maio, sete em cada dez vagas de trabalho com carteira assinada foram criadas por micro e pequenos negócios no Brasil. De janeiro a maio, o Brasil criou 865.360 empregos formais. Desses, 594.213 foram por meio das MPEs. Isso representa 69%.  

Na Bahia, no mesmo período, de acordo com os dados disponibilizados pelo CAGED, o saldo de empregos formais foi de 42.624, dos quais 68% (28.850) foram gerados pelas Micro e Pequenas Empresas.  No montante do saldo de empregos formais na Bahia, Salvador contribuiu com 27% das oportunidades geradas pelas MPE. O analista da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae Bahia, Anderson dos Santos Teixeira, destaca que dos empregos formais gerados em Salvador, no período, aproximadamente 100% foram oriundos dos pequenos negócios.

Para se ter uma ideia, em um contexto de cerca de 22 milhões de pequenos negócios no país, as MPE são fundamentais para a economia, respondendo por cerca de 99% de todas as empresas que existem no país, 55% do conjunto total de empregos com carteira e quase 30% do PIB.

“A política econômica traz impactos na economia. E, a discussão da reforma tributária no Congresso Nacional, a sinalização do Banco Central para redução da taxa de juros, os incentivos fiscais que foram concedidos para incentivar a venda de veículos, o Desenrola Brasil, por exemplo, são medidas que sinalizam que o Governo Federal busca dar dinamismo para a economia”, afirma o analista do Sebrae Bahia.

A pesquisa que trouxe o panorama positivo  teve como base os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. “A Pesquisa GEM (2021) apontou que ter o próprio negócio é o 3º sonho mais citado pela população adulta no Brasil. Então, a melhora no cenário econômico pode incentivar as pessoas a investirem seus recursos para implementação desse sonho, empreender, ou seja, tirar o negócio do papel”, acrescenta Anderson dos Santos Teixeira.

Perfil – Uma das características que a pesquisa demonstrou e que vale ser ressaltada é o perfil do MEI, tido como bastante diverso por abranger pessoas de vários níveis de escolaridade, raça e gênero.   Um microempreendedor individual pode faturar até R$ 81.000,00 no ano, o que corresponde a um faturamento médio de R$ 6.750,00 mensal. E o Desenrola Brasil, mais uma vez, vai ser um grande apoiador para essas pessoas.

“As pessoas que decidirem por empreenderem após quitar as suas dívidas por intermédio do Desenrola Brasil poderão alcançar esse montante mensal de faturamento, enquanto enquadradas como MEI. É importante sinalizar que se empreender for o objetivo de vida após a quitação das dívidas, planejar o negócio é essencial”, destaca o analista do Sebrae Bahia.

De acordo com o Sebrae,  são considerados microempresas os negócios com até nove empregados (agropecuária, comércio e serviço) ou 19 funcionários (indústria e mineração).

Pequenas empresas são as que têm até 49 trabalhadores (agropecuária, comércio e serviço) ou 99 empregados (indústria e mineração). Só em maio, os pequenos negócios responderam por 70% (108.406 dos 155.270) dos novos vínculos empregatícios. Um aumento de 2 pontos percentuais em relação aos 68% obtidos no mesmo mês do ano passado. Esse crescimento da participação das MPEs no volume total de empregos no país vai na contramão do comportamento das médias e grandes empresas (MGE). As MGEs viram a fatia delas no total de empregos formais cair de 22% em maio de 2022 para 15% em maio de 2023.

O presidente do Sebrae, Décio Lima, explica que os pequenos negócios são os maiores responsáveis pela criação e manutenção de empregos na economia. “É natural que as médias e grandes empresas invistam pesado na modernização de seus processos de produção, em busca da  maior competitividade de seus negócios. Portanto, as MGEs tendem a ser poupadoras de mão de obra, no longo prazo. Já os pequenos negócios são intensivos em mão de obra, razão pela qual, nos momentos de crise, são os últimos a dispensar pessoal e, em momentos de recuperação da economia, os que mais contratam”, avalia Lima.

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