O tomate, item bem requisitado e presença constante em pratos da culinária baiana, teve uma disparada no mês de julho. Em alguns estabelecimentos, o quilo do produto chega a atingir R$ 10 e os baianos já estão buscando alternativas para substituir hora do preparo das refeições.

Este aumento no preço do alimento é por conta da dinâmica da oferta e demanda.Os números recentes de produção estão baixos devido aos altos custos, segundo informa a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri). Ainda de acordo com as cotações feitas pela Seagri, nos últimos dias o preço do tomate tem apresentado queda.

A equipe da Tribuna da Bahia percorreu mercados e feiras de Salvador para fazer uma pesquisa do preço do alimento. Nos supermercados o quilo do tomate custa entre R$ 9 a R$ 10. Já na Feira da Sete Portas, o preço do item está variando entre R$ 6 e R$ 8, um pouco mais em conta em comparação aos supermercados.

O feirante Emanuel Otávio, que trabalha há 46 anos no local, contou que no box dele não houve preços elevados durante este período. “A vendagem melhorou porque o preço abaixou um pouco. Mas, o maior preço que coloquei o quilo do tomate foi R$ 8. Preço maior que isso, quilo à R$ 10 é coisa de supermercado. Aqui na feira, no meu box, você encontra produto bom e barato”, ressaltou o feirante.

A dona de casa Simone Soares diz que acreditava que por conta das recentes chuvas que aconteceram no estado, o preço do tomate baixaria. “Eu imaginei que fosse melhorar a situação, que o preço do quilo do tomate ia ficar bem melhor. No bairro onde moro, tem um supermercado que dia de quarta-feira costuma fazer promoções com aqueles que não saem, aí dá para encontrar o quilo do tomate entre R$ 6,50 e R$ 7”, pontua a dona de casa.

Simone ainda explica que esse preço caro já a fez substituir o alimento do cardápio. “Tenho comprado menos, isso quando eu compro. Porque tomate não é tão necessário para cozinhar. Substituo pelo extrato de tomate. Não é a mesma coisa no sabor, mas é como a gente se vira”, observou.

Com os preços pesando no bolso dos consumidores, a nutricionista Débora Macedo em entrevista a Tribuna da Bahia deu dicas de como substituir o tomate do prato dos baianos. “O tomate está caro, e agora? Como substituir? Bem, ele é o ingrediente mais famoso da salada, colore o prato, é versátil na utilização de várias receitas. Mas para dar aquela cor nas preparações com caldo, podemos utilizar o coloral e a páprica (picante e defumada). Já para os molhos, há boas opções de marcas nos mercados e aqui entra uma observação: Se atentar a quantidade de ingredientes e a de sódio no rótulo”, pontua a nutricionista.

Débora ainda destacou os benefícios do fruto.  “É um ótimo antioxidante e ajuda na “limpeza” do organismo. E que uma boa notícia é que essas propriedades podem ser encontradas em alimentos, como a beterraba, o pimentão vermelho e a melancia”.

Em nota, a Seagri informa que as altas registradas no início de julho são atribuídas a fatores próprios do cultivo do tomate. A maior parte da produção se dá em pequenas áreas, principalmente o produto destinado ao consumo in natura. O tomateiro possui um ciclo de desenvolvimento que varia de 95 a 125 dias e esse ciclo é grandemente influenciado pelo clima, condições de fertilidade do solo, irrigação, ataques de pragas e incidência de doenças.E por ser um produto de alta perecibilidade, o tomate é muito suscetível às altas temperaturas no momento da colheita, o que faz com que o produtor acelere seu ciclo e concentre grandes ofertas em curto período de tempo, o que faz com que o preço recue de forma significativa, reduzindo a rentabilidade do produtor. Esse manejo da cultura faz com que em determinados momentos do ano, haja grande oferta do tomate e em outros a disponibilidade fica menor, o que influencia no preço final ao consumidor.

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