A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem o uso da tirzepatida, encontrada sob o nome comercial Mounjaro, para o tratamento de diabetes tipo 2, o mais comum no Brasil. A aprovação inaugura a entrada de uma nova classe de medicamentos para tratar essa doença crônica no País, pois a substância atua em dois hormônios intestinais ao mesmo tempo. 

O paciente administra o Mounjaro, que é injetável, com o auxílio de uma espécie de caneta. A aplicação sob a pele (subcutânea) deve ser feita uma vez por semana. Ele deve ser usado em pessoas com 18 anos ou mais. 

Ao Estadão, a Eli Lilly, farmacêutica responsável pela medicação, explicou que, antes de estar disponível nas farmácias, o medicamento precisa passar pelo processo de precificação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão que regula o preço de fármacos no Brasil. 

“O processo de precificação costuma levar em torno de 90 dias, geralmente. Todo o processo é conduzido por um órgão regulatório, portanto, não temos uma previsão de quando ele estará completo”, afirmou, em nota. A empresa destaca que, com isso, não consegue adiantar o valor que será cobrado nas farmácias. 

Nos EUA, o medicamento foi aprovado pela Food and Drug Admnistration (FDA), órgão americano semelhante à Anvisa, em maio do ano passado. A aprovação foi considerada “um avanço importante no tratamento do diabetes tipo 2″, nas palavras de Patrick Archdeacon, diretor associado da Divisão de Diabetes, Distúrbios Lipídicos e Obesidade no Centro de Avaliação e Pesquisa de Medicamentos da FDA. 

O diabetes tipo 2 é uma doença crônica que afeta a forma como o corpo usa o açúcar (glicose) para obter energia, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso acontece porque, apesar de o pâncreas produzir insulina, esse hormônio não consegue atuar direito – e é ele que permite a entrada do açúcar dentro das células para gerar energia. Se a insulina não funciona certinho, o açúcar sobra na circulação, favorecendo complicações. 

Conforme o Ministério da Saúde, as causas da doença estão diretamente relacionadas ao excesso de peso (sobrepeso e obesidade), sedentarismo, triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados. 

Foto: Marcelo Camargo

Fonte: Agência Brasil

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