Foto: Divulgação / Fonte: Estadão Conteúdo 

Por Luiz Guilherme Gerbelli  

A economia brasileira encerrou 2023, primeiro ano do terceiro mandato de Lula, estagnada, mas os bons resultados dos primeiros trimestres contribuíram para um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,9% no ano passado. O número foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

O número fechado do crescimento de 2023 surpreendeu positivamente. No início do ano, as previsões dos analistas para o desempenho da economia eram bem mais modestas. Não passavam de um crescimento de 1%. Se essas projeções se confirmassem, apontariam para uma desaceleração relevante em relação a 2022, quando o PIB avançou 3%. 

“O ano de 2023 terminou bem melhor do que se imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, economista e sócia da consultoria Tendências. 

O resultado do PIB do ano passado ficou dentro do esperado pelos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, cujo intervalo variava de alta de 2,8% a 3,2%. Mas veio um pouco abaixo da mediana das previsões, que era de avanço de 3%. 

No quarto trimestre, a economia ficou estagnada em relação aos três meses anteriores. Ontem, o IBGE revisou o crescimento do terceiro trimestre de 0,1% para zero. 

No ano passado, pela ótica da oferta, a agropecuária foi o grande destaque. A supersafra e os bons preços no mercado internacional garantiram um crescimento de 15,1% para o setor – um recorde desde o início da série histórica, em 1996. 

Com a safra concentrada no início do ano, os números positivos da agropecuária ficaram concentrados nos primeiros meses de 2023. No primeiro trimestre, por exemplo, o agro cresceu 20,9%. 

 “A previsão era de um crescimento da safra em relação a 2022, mas foi uma safra bem mais forte do que se esperava”, afirma Natália Cotarelli, economista do banco Itaú. “Esse agro mais forte foi responsável por cerca de um terço do crescimento de 2023 e ajudou também outros setores. Beneficiou a parte de serviços de transporte e armazenamento, por exemplo.” 

Em 2023, outro destaque foi o setor de serviços, com alta de 2,4%. A indústria avançou 1,6%, ajudada, sobretudo, pelo setor extrativista – a atividade teve alta de 8,7%. 

“Não foi só o agro (que surpreendeu). Houve uma resiliência da economia de serviços e mesmo da indústria”, afirma Alessandra. “Apesar de alguns comportamentos negativos na parte de transformação e construção, toda a parte de indústria extrativa veio melhor do que o esperado.” 

Fonte: Estadão Conteúdo 

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