Por Rodrigo Ferreira
Um produto que para muitas donas de casa é indispensável na hora de preparar as refeições do dia a dia é o azeite de oliva. No entanto, ele tem pesado cada vez mais no bolso. Nas prateleiras dos supermercados, o que se vê são valores que alcançam patamares alarmantes, chegando até mesmo a custar R$ 70 por garrafa.
Por conta da alta no preço, alguns supermercados têm protegido o produto de furtos, adotando medidas de segurança incomuns. Entre elas, a colocação de lacres de alarmes nas embalagens e até mesmo a transferência dos produtos para mostruários de vidro trancados.
A equipe da Tribuna da Bahia passou por alguns grandes supermercados de Salvador para fazer uma pesquisa de preço e conversar com consumidores sobre o assunto. Num dos grandes supermercados que fica localizado na região da Rótula do Abacaxi, os preços da garrafa variam, tanto pelo tamanho quanto pela marca. O azeite da marca Gallo de 250ml custa R$ 25,39. Já o da marca Andorinha de mesmo tamanho custa R$ 26,90. A garrafa de 500ml é quase o dobro do preço. Da marca Gallo, o preço é R$ 42,50. Já o da marca Andorinha custa um real mais caro, R$ 43,50.
Na rede de supermercados concorrente encontramos somente garrafas do produto de 500ml. Da marca Gallo, o azeite extravirgem custa R$ 47,90. Já o Andorinha extravirgem tem custado R$ 49,90. O mais em conta encontrado foi o Nova Oliva, custando R$ 42,90.
A universitária Vitória Estrela, que mora só e está acostumada a fazer mercado todo mês, conversou com a equipe da Tribuna da Bahia e contou que até tentou substituir o produto, mas não conseguiu. “Infelizmente é um produto indispensável na minha casa, por ter o valor nutricional melhor. Como eu tenho uma rotina agitada, eu prezo por uma alimentação saudável. Mas os preços realmente dispararam do início do ano para cá”, pontuou a universitária.
Vitória ainda destacou que passou a experimentar diversas marcas, mas que o melhor é o da marca Andorinha e toda vez que compra, ela economiza na dosagem nos alimentos e em outras refeições ela acabou tirando o azeite para poder durar mais o produto.
O fisioterapeuta Bruno Souza disse qual alternativa ele tem feito para poder seguir adquirindo o produto. “Eu sei que nestes mercados de atacado tem saído um pouco mais caro o azeite, mas eu encontrei uma alternativa que é no Sam’s Club. Sei que é um supermercado de difícil acesso, porque precisa se filiar a ele, mas lá tem azeite de um litro custando R$ 55. Os outros citados são de 500ml e 250ml. Se a gente divide esse preço, sai vantagem o preço que equivaleria a 500ml. Fora que neste supermercado que me filiei, existe a possibilidade de comprar azeites importados e às vezes sai em conta, comparado a estas marcas tradicionais”, finalizou o fisioterapeuta.
A supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros, explicou algumas possíveis causas para essa subida dos preços. “Não temos uma pesquisa detalhada que aponte porque o azeite aumentou tanto. Mas investigamos possíveis causas. O que temos de informação é que o grande aumento no preço do azeite foi principalmente no ano passado, a partir do meio do ano. Isso teve a ver com as condições climáticas nos principais países europeus como Portugal, Espanha e Itália, que tiveram problemas graves de seca no verão passado, no meio do ano, o período de plantio das olivas. Então eles tiveram uma perda de produção muito grande e produziram menos, por isso, o preço aumentou”, pontuou a supervisora.
Mariana também salientou que mesmo a produção sendo nacional, a matéria-prima para produzir o azeite em solo brasileiro é importada. Por isso impacta diretamente no preço do produto local. E sobre as alternativas para os consumidores, a supervisora reforçou a importância da pesquisa de preço nas redes varejistas e concluiu que dependendo do quanto cada família utiliza do produto, ver se é melhor continuar na pesquisa ou se sai mais vantagem procurar alternativas.